segunda-feira, 16 de setembro de 2013

ALBERT FISH, o "Vovô que, literalmente, comia criancinhas".




Nome Completo: Albert Hamilton Fish
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 19 de maio de 1870
Local de nascimento: Washington- EUA
Número de vítimas: 5+
Motivo: Sexual/Sádico
Data da Morte: 16 de janeiro de 1936
Como morreu: Executado na cadeira elétrica

HISTÓRIA

Albert Fish nasceu em Washington no dia 19 de maio de 1870. Seu pai tinha 43 anos a mais que sua mãe e pelo menos sete membros de sua família tiveram graves doenças mentais em duas gerações que precederam o nascimento de Fish. Fish tinha 5 anos quando seu pai morreu de ataque cardíaco e sua mãe o colocou em um orfanato. No orfanato ele era frequentemente agredido, descobriu que gostava da dor física e começou a ter ereções quando era agredido, o que o influenciou a gostar do sadomasoquismo. Aos 7 anos sua mãe o tirou do orfanato porque havia conseguido um emprego.

Aos 9 anos Fish caiu de uma cerejeira e machucou seriamente a cabeça, o que mais tarde causaria dores de cabeça e pequenos problemas mentais.

Em 1882, aos 12 anos, Fish começou uma relação homossexual com um rapaz que trabalhava no telégrafo, que o incentivou a beber urina e praticar coprofagia. Fish começou a visitar casas de banho públicas onde observava rapazes se despindo e ali passava grande parte de seus fins de semana.

Em 1889 sua mãe arranjou-lhe um casamento com uma mulher nove anos mais nova. Eles tiveram seis filhos: Albert, Anna, Gertrude, Eugene, John e Henry.
Um ano depois do casamento eles mudaram-se para Nova York, onde Fish começou a ter relações homossexuais sadomasoquistas. Em Nova York ele começou a estrupar crianças e a participar de “atividades bizarras”. Fish começou a trabalhar como pintor e continuava a molestar rapazes, a maioria com menos de seis anos. Um dia, um de seus amantes levou-o a um museu de cera, onde Fish ficou fascinado com a bissetriz de um pênis. Pouco depois desenvolveu um interesse mórbido por castração. Durante uma relação com um homem mentalmente retardado, Fish tentou castrá-lo, mas o homem assustou-se e fugiu.

Em janeiro de 1917, sua mulher fugiu com um aluno interno chamado John Straube. Depois disso Fish começou a ovir vozes. Sua mulher voltou uma vez, trazendo Straube junto, e Fish aceitou-a com a condição de mandar seu amante embora. Mais tarde, ele descobriu que sua esposa estava mantendo Straube no sotão e ela partiu após uma discussão tempestuosa para nunca mais voltar.

Depois da partida de sua esposa Fish mudou muito seu comportamento. Aparentemente sujeito a alucinações, ele balançava seu punho em direção ao céu e gritava “Sou Cristo!”. Obcecado com pecado, sacrificio e reparação pela dor, Fish encorajou seus filhos e seus amigos a espancá-lo até sua nádegas sangrarem. Por conta própria ele inseria diversas agulhas em sua virilha, perdendo algumas de vista. (um raio-x na prisão revelou 29 agulhas inseridas em sua região pélvica, algumas corroídas pelo tempo, como meros fragmentos.). Em outras ocasiões, Fish embebia bolas de algodão em álcool, inseria-as em seu ânus e colocava fogo.


Embora nunca tivesse se divorciado de sua primeira esposa, Fish casou-se mais três vezes, usufruindo de uma vida sexual que os psiquiatras do tribunal descreveriam como uma das “perversidades sem paralelo.”

OS FATOS

Em 1928 Albert Hamilton Fish sentia o coração acelerar ao ler o anúncio de jornal que tinha nas mãos. Tratava-se de um jovem, Edward Budd, oferecendo seus serviços. Era a oportunidade que esperava para agir novamente. Fazia anos que escolhia as crianças e os jovens que levaria com ele, em cada um dos 23 estados americanos em que havia morado. Sua aparência o ajudava bastante, pois, grisalho desde jovem, era sempre tomado por um senhor de certa idade, incapaz de alguma maldade. Era o engano que todos cometiam.

Sem perder tempo, contatou o orgulhoso pai do rapaz que colocara o anúncio e marcaram um encontro para uma entrevista. Usou o pseudônimo de Frank Howard e se apresentou como fazendeiro, sem levantar nenhuma suspeita sobre suas reais intenções.

Mal se conteve até o dia marcado para conhecer o “futuro empregado”. Entrevistou Edward e mais um colega, Willy, e sem perder tempo contratou logo os dois para trabalharem para ele. Viria buscá-los no fim de semana, quando os garotos já estariam de malas prontas.

No domingo, elegante e tranquilo, foi até o endereço da família Budd cumprir o combinado. Como homem educado que era, levou para a dona da casa um pote de queijo e morangos, conquistando a confiança da mãe do rapaz, Delia Budd. O pai do rapaz, Albert, explodia de orgulho pelo fato de Edward ter procurado emprego para ajudar a família a melhorar de vida. Agora o filho trabalharia ajudando aquele alinhado e frágil senhor a cuidar de suas galinhas e vacas leiteiras, engrossando o parco dinheiro do sustento com dignidade e segurança. Ninguém duvidou de que alguém com aquela aparência realmente precisasse de auxílio nos trabalhos pesados que envolviam seus negócios. Ninguém percebeu que o garboroso velhinho não conseguia tirar os olhos da caçula da família, Grace Budd, uma menina de apenas 10 anos. Como que tomado por uma paixão súbita, o frágil senhor mudou drasticamente seus planos.


Sem que ninguém imaginasse suas verdadeiras intenções, o novo patrão de Edward Budd contou para Albert e Delia que tinha de ir ao aniversário de uma sobrinha antes de levar seus novos empregados para a fazenda. Assim, com displicência, convidou a linda menina para acompanhá-lo a festa. Seria divertido para Grace, e ela seria ótima companhia para sua sobrinha. Os pais da menina titubearam. Ele poderia dizer onde era a festa? Claro que sim, respondeu Howard, escrevendo o endereço em um pedaço de papel. Sem argumentos para fazer tal descortesia ao novo patrão de seu filho, assistiram quase impotentes enquanto o distinto senhor pegava Grace pela mão e saía pela porta.

Horas depois, já desesperados com o sumiço da filha, chamaram a polícia, que informou à família que o endereço da festa era falso. Nunca mais veriam a menina.
Sem perder tempo, Fish levou a pequena Grace para uma viagem de trem e desceu na estação de Worthington. Excitado ao rever os planos macabros que tinha em mente para ela, quase se esqueceu, no assento em que vieram sentados, da maleta com todos os instrumentos que comprara para castrar Edward e Willy, suas vítimas iniciais. Sorrindo para a menina que o havia lembrado de levar seus pertences, rumou em direção a uma casa vazia em Westchester chamada de Wisteria Cottage, lugar previamente escolhido por ele para colocar em prática seus desejos perversos.

Grace não desconfiou de nada. Ficou no quintal, como o Sr. Howard mandou, colhendo flores. Enquanto a menina se distraía, Fish foi para o quarto no andar superior com suas facas de corte afiado. Experiente, tirou as próprias roupas para não sujá-las de sangue, acenou para Grace da janela, fazendo sinal para que subisse, e se escondeu no armário até que ela adentrasse o quarto o suficiente para que ele a atacasse.

   

      À esquerda, vista aérea da       casa de Albert; à direita,  investigadores inspecionam provas do crime.



A garotinha gritou, chutou e arranhou seu agressor, sem sucesso, enquanto ele arrancava suas roupas e a asfixiava. Não teve a menor chance, o velhinho não era tão fraco quanto aparentava.

A CARTA E A INVESTIGAÇÃO

Seis anos depois de Grace Budd desaparecer, o caso ainda estava aberto, mas ninguém mais esperava que ela fosse encontrada, nem mesmo seu raptor, Apenas um homem, o detetive William F. King, continuava a trabalhar incansavelmente. De vez em quando, em conjunto com o jornalista Walter Winchell, plantava uma notícia falsa sobre o andamento das investigações no jornal para que o assunto continuasse em pauta, numa frágil tentativa de não deixar o caso cair no esquecimento. Assim foi veiculada a notícia, em novembro, de que em breve surpresas seriam reveladas pelo Departamento de Pessoas Desaparecidas.

Dez dias depois, Delia Budd, mãe de Grace, recebeu uma carta. Por sorte e por causa do seu analfabetismo, entregou-a sem ler ao filho, Edward Budd. O rapaz completamente chocado e perturbado com o conteúdo da leitura, apressou-se em entregar a carta ao detetive King. O conteúdo da carta era o seguinte:

"Minha querida sra. Budd,

Em 1884 um amigo meu embarcou como trabalhador braçal de convés no navio Steamer Tacoma, o capitão John Davis. Eles velejaram de San Francisco para Hong Kong, na China. Quando chegaram lá, ele e dois outros foram para terra e ficaram bêbados. Quando voltaram, o navio tinha ido embora. Aqueles eram tempos de fome na China. Carne de qualquer tipo custava de 1 a 3 dólares a libra. Tão grande era o sofrimento entre os muito pobres que todas as crianças com menos de 12 anos foram vendidas como comida, para manter os outros não famintos. Um menino ou menina de menos de 14 anos não estava seguro nas ruas. Você poderia ir a qualquer loja e pedir um bife, cortes de carne ou picadinho. Do corpo nu de um menino ou menina seria trazida exatamente a parte desejada por você, que seria cortada dele.
A parte de trás de meninos ou meninas é a mais doce parte do corpo e era vendida como costela de vitela, no preço mais alto.
John ficou lá tanto tempo que adquiriu gosto por carne humana. Quando voltou para Nova York, ele roubou dois meninos de 7 e 11 anos. Levou-os para sua casa, tirou a roupa dos dois e os amarrou nus no armário. Então queimou tudo deles. Inúmeras vezes, todo dia e noite, ele os espancou e os torturou para fazer com que sua carne ficasse boa e tenra.
Primeiro ele matou o menino de 11 anos, porque ele tinha a bunda mais gorda e, é claro, mais carne nela. Cada parte do corpo foi cozida e comida, exceto a cabeça, os ossos e as tripas. Ele foi assado no forno (todo o seu lombo), fervido, grelhado, frito e refogado. O menino pequeno era o próximo, e tudo aconteceu da mesma maneira. Nessa época, eu estava morando no 409 na 100 Street, perto do lado direito. Ele me falou com tanta frequencia como a carne humana era gostosa, que eu decidi prová-la.
No domingo 3 de junho de 1928 telefonei para vocês no 406 w 15 st. Trouxe-lhes um pote de queijo e morangos. Nós almoçamos. Grace sentou no meu colo e me beijou. Eu me convenci a comê-la (naquele momento), com a desculpa de levá-la a uma festa. Você disse sim, ela poderia ir a festa comigo. Eu a levei a uma casa vazia em Westchester que já tinha escolhido. Quando chegamos lá, disse a ela para ficar no quintal. Grace colheu flores selvagens. Eu subi as escadas e tirei toda a minha roupa. Sabia que, se não o fizesse, ficaria com o sangue dela nas roupas. Quando eu estava pronto, fui até a janela e a chamei. Então me escondi no armário até a menina entrar no quarto. Quando ela me viu completamente nu, começou a chorar e tentou correr escadas abaixo. Eu a agarrei e ela disse que ia contar para a mãe dela.
Tirei a roupa de Grace, deixando-a nua. Como ela chutou, mordeu e arranhou! Eu a asfixiei até a morte, então a cortei em pequenos pedaços para poder levar a carne para meus aposentos. Cozinhei e comi aquilo. Como era doce e tenro seu pequeno lombo assado no forno. Levei nove dias para comer seu corpo inteiro. Eu não fodi a menina, embora pudesse tê-lo feito, se tivesse desejado. Grace morreu uma virgem."


Ninguém quis acreditar que aquela carta era verdadeira. Todos ficaram chocados com a descrição fria de uma mente perversa, narrando o assassinato da pequena Grace com tantos detalhes. Como se não bastasse, o assassino abominável ainda enviou a receita que utilizou para canibalizar a vítima, relatando seus inimagináveis atos à mãe dela. Essa pessoa não podia ser normal.

Dotado de uma postura extremamente profissional, apesar do horror com que leu aquelas palavras, o detetive King se ateve a detalhes relatados na carta que só podiam ser do conhecimento do próprio assassino. Era fato que Frank Howard levara queijo e morangos na visita que fizera aos Budd, a carroça na qual havia comprado foi inclusive localizada pela polícia e ficava no East Harlem, o que direcionou as investigações para aquele bairro.

A caligrafia da carta endereçada a Delia Budd também foi comparada à resposta ao anúncio colocado no jornal por Edward, irmão de Grace, em 1928. O tal Frank Howard, seis anos antes, respondera ao jornal Wester Union, e com certeza se tratava da caligrafia da mesma pessoa.

O envelope que continha a carta também foi examinado como evidência. Ali foi encontrada uma pista crucial: um pequeno emblema hexagonal com as letras N.Y.P.C.B.A., que pertenciam à New York Private Chauffeur’s Benevolent Association (Associação Beneficiente de Motoristas Particulares de Nova York). Com a cooperação do presidente da associação, uma reunião de emergência convocou todos os membros, e a caligrafia deles foi examinada e comparada. Como nenhuma delas combinou positivamente com a do assassino, o detetive King contou a todos a história do crime contra Grace e pediu aos presentes que se alguém tivesse levado da associação algum papel de carta ou envelope timbrado e dado para outra pessoa, que, por favor, se apresentasse e relatasse a polícia o acontecido. Um jovem porteiro admitiu que pegara duas folhas e alguns envelopes e levara para casa. Ao interrogar a senhoria da pensão onde ele morava, a polícia descreveu o suspeito Frank Howard. A expressão de surpresa da senhoria não deixava dúvidas de que ela sabia de quem se tratava: era a exata descrição do homem idoso que morara ali por dois meses e tinha saído da pensão havia apenas dois dias.

O inquilino chamava-se Albert H. Fish. A senhoria mencionou que ele pedira que guardasse a carta que seu filho mandaria para ele de onde trabalhava, Civilian Conservations Corps, na Carolina do Norte. O filho mandava dinheiro com regularidade para o seu velho pai. Finalmente, dias depois, o correio avisou a polícia, que deteve uma carta para Albert Fish. Depois de a carta chegar, nada de ele aparecer. O detetive King estava ficando preocupado, pois poderia ter afugentado o assassino. Por que Fish não mais contatou sua senhoria?

PRISÃO E NOVAS DESCOBERTAS

No dia 13 de dezembro de 1934, a senhoria telefonou para o detetive King dizendo que o antigo hóspede estava na pensão procurando pela carta.
O velho homem estava sentado tomando uma xícara de chá quando a polícia chegou. Fish ficou de pé e, quando questionado, confirmou para King quem era. De repente, enfiou a mão no bolso e tirou uma lâmina de barbear. Sem perder tempo e já furioso, King agarrou a mão do velho e torceu-a rapidamente.
- Agora eu te peguei! – disse triunfante.
Vários homens da lei e psiquiatras acompanharam as confissões de Albert Fish. Elas foram censuradas com severidade para a imprensa por causa de seu conteúdo chocante.

O que aconteceu na casa de Wisteria Cottage foi o descrito por Albert Fish na carta para a Sra. Budd. Ao retornar ao local do crime com a polícia para o resgate dos restos mortais da menina, Albert, sem nenhum traço de emoção, observou o trabalho dos policiais, impassível.

Budd pai e filho foram levados à polícia para identificar Fish como sendo a mesma pessoa que denominava-se Frank Howard. Apesar do descontrole dos dois, Fish não se alterou. Aquele estava longe de ser seu único crime.

A ficha criminal de Fish não era nada pequena. Desde 1903 havia registros de prisões por furto, envio de cartas obscenas, crimes de baixo poder ofensivo. Ele estivera internado em instituições mentais mais de uma vez.

Durante o tempo em que toda a burocracia legal se realizava, houve uma surpresa no caso: um maquinista que viu a foto do acusado no jornal veio até a delegacia reconhecê-lo como o homem visto por ele tentando calar o menino Billy Gaffney, em fevereiro de 1927. No pátio de um prédio em Nova York, dois meninos, ambos chamados Billy, 3 e 4 anos, brincavam tranquilamente aos cuidados de um vizinho de 12 anos. Quando a irmã caçula do vizinho acordou chorando em seu berço, ele entrou em casa para atendê-la. Ao retornar ao pátio, os dois Billy não estavam mais lá. O vizinho desesperado, foi chamar o pai do Billy mais novo, que começou uma frenética busca pelo prédio. Só encontraram o Billy mais novo, no terraço da cobertura. Quando o pai perguntou a ele onde estava seu amiguinho Billy Gaffney, ele respondeu: “O bicho-papão pegou ele!”.

Ninguém ligou muito para o que disse a testemunha de 3 anos de idade, considerando se aquele relato era apenas fantasia. Iniciaram uma busca nas vizinhanças, imaginando que o garotinho havia entrado em alguma fábrica do bairro ou caído no canal Gowanus, que se localizava nas cercanias do prédio, mas as buscas não deram em nada. Por fim, um policial resolveu ouvir a descrição da testemunha de 3 anos sobre o tal bicho-papão: era magro e velho, com cabelo e bigode acinzentados. Apesar da clara descrição, os policiais não conectaram este caso ao do “homem grisalho”, acontecido alguns anos antes.

Em julho de 1924, o garoto Francis McDonnell, 8 anos, brincava com seus amigos em frente a sua casa em Staten Island. A mãe, que sempre pajeava o filho, viu algumas vezes um homem velho, de cabelos e bigode grisalhos, observando os garotos que brincavam. Certa tarde o velho chamou Francis, que se afastou com ele, enquanto os outros meninos continuaram a jogar bola. Um vizinho distante diria depois que viu os dois entrando em um matagal, o velho atrás do menino.

O desaparecimento do garoto só foi percebido na hora do jantar. Seu pai, um policial, organizou imediatamente uma busca. O menino foi encontrado na mata, debaixo de alguns galhos de árvore, agredido com brutalidade. Suas roupas haviam sido arrancadas, estavam despedaçadas, e ele foi estrangulado com os suspensórios que usava. Fora surrado de forma tão violenta que os policiais concluíram que ou o velho frágil não era nem tão velho, nem tão frágil ou tinha um cúmplice.

As investigações se concentraram na descrição feita pela mãe do menino sobre o velho que naquela manhã fora visto em frente à casa dela. Era idoso, esguio e tinha cabelo e bigode grisalhos. Os policiais o apelidaram de Homem Grisalho.

Outra testemunha importante também compareceu à delegacia, um senhor de Staten Island, que identificou Fish como o homem que quis atrair sua filha de 8 anos para um matagal localizado não muito longe de onde Francis McDonnell foi assassinado. A menina teria sido abordada apenas três dias antes do assassinato do menino.
Fish também foi identificado como o homem que matou a menina de 15 anos, Mary O’Connor, em Far Rockaway. Seu corpo foi encontrado em um matagal perto da casa em que Fish estava trabalhando como pintor de paredes.

Depois de reconhecido, Fish confessou coisas impensáveis que tinha feito com Billy Gaffney, inclusive forneceu as várias receitas que utilizou para comê-lo. Não foi difícil concluir que estavam lidando com um compulsivo molestador de crianças. Os promotores do caso tinham a convicção de seu envolvimento em ataques a mais de 100 crianças, enquanto Albert, em suas confissões, alegava ter molestado mais de 400. Ele viveu em 23 estados americanos e disse ter matado pelo menos uma criança em cada local em que morou.
O Homem Grisalho fora encontrado.


JULGAMENTO E MORTE

Com todas essas evidências contra Albert Fish, a única chance de ele não ser condenado a morte era ser declarado inimputável por psiquiatras forenses.
Os psiquiatras da defesa o diagnosticaram psicótico paranóico. Já os da acusação o consideraram mentalmente são.

Os advogado de defesa, James Dempsey, adotou como estratégia tentar provar a insanidade de seu cliente. Queria demonstrar que Fish sofria de uma demência comum em pintores de parede, chamada lead colic (intoxicação por chumbo, contido nas tintas antigas). Para isso, colocou no banco de testemunhas todos os seis filhos de Fish, que reflataram sobre as autoflagelações do pai a que assistiram durante a infância.

Dempsey também chamou para depor pela defesa o psiquiatra Dr. Wertham, que relatou como no início dos trabalhos achava que Fish estaria mentindo e exagerando sobre as histórias que contava, em especial quando revelou que durante anos enfiava agulhas em seu corpo, na região entre o ânus e o escroto. No começo, ele descreveu como colocava e tirava as agulhas, mas algumas vezes enfiava tão profundamente que a sua retirada se tornava impossível. Depois dessa história, o médico decidiu colocar Fish à prova e solicitou raios X da região pélvica: foram encontradas pelo menos 29 agulhas no seu corpo.

A defesa também argumentou que homens que cozinham e comem criancinhas não podem ser normais. Quando interrogou o pai de Grace, Dempsey teve a coragem de argumentar que, afinal de contas os próprios pais entregaram a filha para Fish. Na opinião dele, ela não havia sido sequestrada. Depois desta alegação a comoção foi tão grande entre os jurados e a platéia que o tribunal quase veio abaixo. O pai de Grace soluçava sem parar.

A estratégia da acusação, por intermédio do promotor Elbert F. Gallagher, foi demonstrar que Albert Fish era mentalmente são, apesar de ser um psicopata sexual. Ele tinha clareza do que fazia, premeditou o crime comprando instrumentos para executá-lo e, ao sequestrar e matar Grace Budd, tinha perfeita consciência de que agia errado. Fish, segundo a promotoria, era dono de uma memória ótima para sua idade e tinha consciência absolouta de onde estava e com quem. Querer provar que aquele homem não sabia o que fazia na hora do crime, para a acusação, era quase um desaforo.

Gallagher pediu que funcionários da corte trouxessem a caixa com os restos mortais de Grace Budd. Em plenário, abriu-a e retirou o crânio da menina para que todos vissem. A defesa pediu um recesso imediato!

Ao final de julgamento tão controverso, Albert Hamilton Fish foi considerado mentalmente são e culpado por assassinato premeditado. Por ser sadomasoquista, adorou ter sido sentenciado a morte em cadeira elétrica. Foi eletrocutado na prisão de Sing Sing, Nova York, em 16 de janeiro de 1936. Foram necessárias duas descargas elétricas para matá-lo, pois as 29 agulhas alojadas em seu corpo ao longo de toda a vida causaram um curto circuito na cadeira elétrica.

Sua última frase foi sobre sua eletrocussão:
- A emoção suprema, a única que nunca experimentei.

 
À esquerda, frase de Albert Fish: "Eu gosto de crianças, elas são saborosas".
À direita, eletrocussão de Albert Fish.






Filme baseado na história de Albert Fish: "O Homem Grisalho"


Fonte: Murderpedia.org
           Serial Killers, louco ou cruel?, de Ilana Casoy
           Blog Famigerados

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